domingo, 14 de novembro de 2010

"Bicho Preguiça, Botos, e Cavalo"

"Bicho Preguiça, Botos, e Cavalo"



Nada é definitivo.
Mas nada me está definido.

Travo quando sou obrigado.
Temo quando sou exigido.
Acovardo quando avanço.
Esfrio quando o clima esquenta.

Sei viver sendo
Um, nenhum, cem mil
e infinitos de mim.
Máscaras e Personagens do teatro Vida.

Aparento bem para os distantes.
Distantes, que me admiram nas articulações culturais.
Distantes, que tanto falseadamente me afetam.
Afeto?

Os Próximos,
mesmo que os afugente de mim,
mesmo os que mais me querem bem,
sabem: Não estou bem.
Sentem e sabem.

E apenas uma pessoa entende.
Pois já leu todas as Máscaras e Personagens
deste estranho ser estranho.

Quero ficar sozinho?
Não quero (ora sim, ora não),
mas não estou conseguindo ser e estar com outro alguém.

Assumo ser um bicho preguiça
querendo mudar de personagem.
Querendo voltar a ser mais animal.
Querendo voltar a saber e sentir.

Choro abraçado à cabeça do cavalo.
E para dormir conto o mesmo boto pulando,
indo e voltando, em passados, presentes e futuros.

Definir melhor o presente.
Mesmo sabendo nada ser definitivo.

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