sexta-feira, 30 de novembro de 2007

“Carências e Barrigas”




“Carências e Barrigas”



A menina no colo chora.
O leite do seio coalhado.
Uns com barriga de chopp,
outros de lombriga.
Um mata por dinheiro,
outro se mata por ter tudo
e não sentir-se inteiro.

O choro seca,
mas não cessa.
Esta está desidratada.
O choro aumenta
faleceu quem a amamenta
e a alimenta.
Sozinha, sem consciência,
só se lamenta de tamanha carência.
Sem colo nem seio.
Barriga lombriga.
A menina não agüenta.

E o da barriga de chopp
não soube de sua existência,
muito menos se lamenta.
Mas sofre de carência.
Mesmo tendo “tudo”
ele é “mudo”,
vazio, sem diálogo, sem amigo.
Só enxerga o próprio umbigo.
Chega em casa sem medo
pega a arma, no gatilho o dedo.
Atira no próprio peito
por não sentir-se inteiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

a 'ama' amamenta o nenê da patroa. o nenê da patroa suga a energia, alimento, a vida do nenê da 'ama'.
o nenê 'ama' o leite.