“Despedida de uma memória”

“Despedida de uma memória”


Lá, onde “lá” deixa de ser um lugar,
onde Lá se torna temporal.
O Lá foi aqui - passado...
temporal. Foi. Já era.
Não há volta para o que houve Lá,
Lá foi bom,
Lá foi Lá,
Lá foi único,
Lá sempre será único.

Lá não é lugar,
sua localização é no máximo
uma interligação e conexão de neurônios em meu cérebro.
Na parte onde a memória me lembra de lá,
lá, onde foi aqui, quanto a espaço.
“lá”, que hoje chamo de Lá, quanto a tempo.
Lá vivi.
Lá amei.
Lá sorri.

Fui feliz. Aproveitei. Vivi e Morri.
O antigo eu, o eu que agora me faz hoje ser Eu.
O Eu é presente, é como um estado de mutação,
sempre estou em translação, e mudando, circulando.
O eu viveu Lá...e fez o Eu daqui.
Hoje digo adeus para Lá.
Pois não tenho mais, e não há volta.
Fui e Lá também se foi.
Adeus, até mais... quem sabe em outra vida. Quem sabe?